Vermelho Sangue: série do Globoplay traz loba-guará e vampiros no Cerrado Mineiro em estreia em 2 de outubro

Vermelho Sangue: série do Globoplay traz loba-guará e vampiros no Cerrado Mineiro em estreia em 2 de outubro
30 outubro 2025 0 Comentários carlos sette

A estreia de Vermelho Sangue no Globoplay em 2 de outubro de 2025 promete sacudir o cenário do entretenimento brasileiro. Não é só mais uma série de terror — é uma reescrita da mitologia fantástica com raízes profundas no Cerrado Mineiro. A produção, criada por Claudia Sardinha e Rosane Svartman, com direção artística de Patricia Pedrosa, transforma o silêncio das planícies de Minas Gerais em um caldeirão de segredos, paixões proibidas e criaturas que nunca foram apenas lendas. Seis episódios caem na plataforma às 00h00 UTC-3, e outros quatro seguem na semana seguinte. Cada um entre 26 e 31 minutos, em 4K e áudio 5.1, com audiodescrição. E tudo isso com classificação 14A14. A pergunta que fica: o que acontece quando o folclore brasileiro se encontra com o desejo de pertencer?

Guarambá: o lugar onde o extraordinário se esconde

A cidade de Guarambá, embora fictícia, é tão real quanto o cheiro de terra seca após a chuva no Cerrado Mineiro. Lá, o lobo-guará — animal símbolo da região, quase extinto, misterioso — não é apenas um mamífero. É um espírito. E em Vermelho Sangue, ele se torna carne e sangue. A protagonista, Luna (Letícia Vieira), tem 17 anos e vive com medo da lua cheia. Quando ela se transforma, não é um lobo comum. É uma loba-guará, com olfato aguçado, audição de farol e resistência física que a faz correr por horas sem respirar. Mas ela não quer isso. Usa fones de ouvido para bloquear o mundo. A mãe, Carol, a criou com mão pesada de proteção — e isso a deixou mais solitária do que qualquer fera.

Flora e a sede do extraordinário

Enquanto Luna foge de si mesma, Flora (Alanis Guillen) anseia por algo que não tem. A jovem é chamada de "lobimoça" na cidade — não por transformação, mas por sua rebeldia. Ela quer viver o que os outros temem. Quer amor, aventura, o que a sociedade local chama de "loucura". "Ela tem a sensação de não caber onde vive", diz Alanis sobre seu papel. E é exatamente essa ausência de pertencimento que as une. Elas não são apenas colegas no Instituto de Biologia. São duas faces da mesma moeda: uma com poder que odeia, outra sem poder que anseia. Quando se encontram no vestiário, no segundo episódio, o ar muda. Não é só tensão. É chama. E chamas atraem sombras.

Vampiros de dois séculos e uma empresa suspeita

Entram em cena Michel (Pedro Alves) e Celina (Laura Dutra). Irmãos? Sim. Humanos? Não. Vampiros bicentenários, disfarçados de estudantes estrangeiros. Eles não estão ali por acaso. A VPTech financia o Instituto de Biologia de Guarambá — e a pesquisa sobre lobos-guará não é científica. É ritual. Os vampiros precisam da loba-guará. Seu sangue, dizem as lendas locais, tem o poder de curar a imortalidade. Ou de quebrá-la. "Eles não medirão esforços para esconder qualquer rastro", avisa a série. E o que parece um romance adolescente rapidamente vira uma guerra de sangue. O que acontece quando o amor entre duas garotas se torna uma ameaça para criaturas que já viveram séculos?

Uma nova mitologia, feita no Brasil

Uma nova mitologia, feita no Brasil

O que torna Vermelho Sangue tão diferente? Ela não copia o que vem de Hollywood ou da Europa. Ela pega o que já existe aqui — e o eleva. O lobo-guará, que poucos conhecem, se torna o centro de uma narrativa épica. Os vampiros não são elegantes em capas. São antigos, cansados, manipuladores. E a cidade? É um personagem. O vento que balança os capões de catingueira, o barulho das rãs à noite, o silêncio dos moradores que sabem demais e não falam — tudo é parte da atmosfera. A série não usa efeitos especiais baratos. Usa sombras, silêncios, olhares. E o que não se vê, muitas vezes, é o mais assustador.

Por que isso importa agora?

Em um momento em que o streaming brasileiro se esforça para encontrar sua voz, Vermelho Sangue não apenas responde — ela grita. É a primeira série de terror-fantasia nacional que não trata o folclore como cenário exótico, mas como alma. E traz protagonistas femininas complexas, sem serem estereótipos. Luna não é vítima. Flora não é a "menina mágica". Elas são confusas, corajosas, humanas. E o romance entre elas? Não é um subplot. É o eixo. A série não pede permissão. Ela simplesmente existe — e isso, em si, já é revolucionário.

Quais são os próximos passos?

Quais são os próximos passos?

Com a primeira temporada completa (10 episódios), a possibilidade de uma segunda já é um rumor. A equipe confirmou que o final do episódio 10 deixa portas abertas — e não apenas para a história de Luna. Há pistas sobre outros seres do Cerrado: a mula-sem-cabeça, o saci, o curupira. Serão os próximos vilões? Ou aliados? O público já está discutindo nas redes: será que o lobo-guará é uma maldição... ou uma bênção esquecida? A VPTech, por enquanto, permanece no escuro. Mas se a série for um sucesso, talvez ela não seja a única empresa com interesses sombrios no interior de Minas.

Reações e números: o que o público diz?

Mesmo antes da estreia, Vermelho Sangue já soma 7,7/10 no IMDb, com 65 votos e popularidade de 3.753. Não são números gigantescos — mas são significativos. Para uma série brasileira de terror, com um elenco quase desconhecido e um enredo que desafia convenções, isso é um sinal de que o público está faminto por algo novo. Os primeiros espectadores que viram os episódios antecipados relatam: "Não parei de assistir". "Fiquei com medo de ir ao banheiro à noite". "Pensei em minha avó que contava histórias de lobisomens na roça".

Frequently Asked Questions

Como a série adapta o folclore brasileiro de forma diferente de outras produções?

Ao invés de usar lendas genéricas como zumbis ou bruxas, Vermelho Sangue se aprofunda em criaturas específicas do Cerrado Mineiro, como o lobo-guará e a relação simbólica entre o animal e a identidade indígena. Os vampiros não são europeus — são antigos e adaptados ao contexto local, com costumes e motivações ligados à exploração da natureza brasileira. É mitologia que nasce da terra, não da literatura ocidental.

Por que a relação entre Luna e Flora é tão importante na trama?

Ela é o coração da série. Enquanto Luna tem poderes que a isolam, Flora deseja poderes que não tem. Juntas, elas representam duas formas de marginalização: uma por ser diferente, outra por querer ser mais. Seu romance não é um detalhe romântico — é uma rebelião contra o conservadorismo de Guarambá e contra a narrativa tradicional de que criaturas fantásticas precisam ser solitárias. O amor entre elas desencadeia os eventos centrais da trama, tornando-se um símbolo de resistência.

Qual o papel da VPTech na série e por que ela é tão misteriosa?

A VPTech aparece como uma empresa de biotecnologia, mas sua pesquisa sobre lobos-guará esconde rituais antigos. Ela é a ponte entre o moderno e o ancestral — e provavelmente está ligada à origem dos vampiros em Guarambá. A série sugere que ela não apenas financia o instituto, mas manipula a evolução das criaturas para obter imortalidade. Sua verdadeira intenção ainda é desconhecida, mas já há indícios de que ela já fez experimentos semelhantes em outras regiões do Brasil.

A série tem conexão com outras produções brasileiras de terror?

Não diretamente, mas ela dialoga com a tradição de filmes como "A Casa de Jack" e séries como "Sob Pressão" — todas que usam o realismo brasileiro como base para o sobrenatural. O que a diferencia é o foco em mitos regionais e a construção de um universo coeso. Enquanto outras produções usam o folclore como decoração, Vermelho Sangue o usa como estrutura narrativa. É um passo decisivo para o gênero no país.

A classificação 14A14 é adequada para o conteúdo da série?

Sim. Embora haja cenas de violência sutil e tensão emocional intensa, a série evita mostrar sangue explícito ou cenas de terror explícito. O medo é psicológico e atmosférico — mais relacionado à solidão, ao desejo e à rejeição do que a monstros. A classificação permite que adolescentes assistam, mas também exige maturidade para entender os temas de identidade e pertencimento. É terror para quem já sentiu que não pertence.

Haverá uma segunda temporada?

A equipe não confirmou oficialmente, mas o final da primeira temporada deixa múltiplas pistas: o irmão perdido de Luna, a origem dos vampiros, a conexão entre a VPTech e outras regiões do Brasil, e até a possível aparição de outras criaturas do folclore. A popularidade crescente e o engajamento nas redes sociais aumentam as chances. Se a audiência continuar forte, uma segunda temporada com exploração do Cerrado e do Pantanal é quase certa.