George Sauma celebra 30 anos de sapateado no PopStar em Rio

Quando George Feris Sauma Neto pisou o palco do PopStar – Episódio 6 da 3ª temporadaRio de Janeiro, ele não estava só cantando Caetano Veloso. Cada batida de sapateado contava uma história que começou quando, com quatro anos, pediu aula ao seu futuro professor, Christiane Tachlitsky. O resultado? Uma performance que deixou jurados como Eduardo Dussek e Sidney Magal boquiabertos.
Da infância ao profissional: o início no O Tablado
Nas ruas vibrantes do Rio de Janeiro, a trajetória de Sauma começou nos corredores do O Tablado. Fundado nos anos 1950, o teatro escola tem sido berço de talentos como Lázaro Ramos e Regina Casé. Sauma lembra: “Quando eu fiz 13 anos, eu fui para O Tablado e comecei a fazer minhas primeiras peças infantis.” Foi lá que aprendeu a unir expressão corporal ao diálogo, preparando o terreno para sua futura paixão pelo sapateado.
O ensino de Christiane Tachlitsky foi decisivo. “O George foi o primeiro aluno de baby tap da escola. O que posso dizer é que é o meu filho. É um prazer estar com o Gê. Muito disciplinado, talentoso.” Ela destacou que, mesmo sem turmas para crianças da idade dele, encontrou um jeito de adaptar a metodologia, criando o que hoje se chama "baby tap" – um pré‑escolar da percussão nos pés.
Da TV ao reality: Toma Lá Dá Cá, Programa do Jô e PopStar
O salto para a TV chegou com Miguel Falabella. Em 2007, Falabella escorreu o roteiro de Toma Lá Dá Cá e viu em Sauma o personagem "Tatalo", um periférico que falava muito rápido e, o mais importante, balançava os pés ao ritmo de uma música de fundo. “O sapateado sempre foi uma ferramenta a mais para mim como ator”, afirma Sauma, acrescentando que a coreografia ajudou a criar a identidade do Tatalo.
Depois, em 2010, o ator reapareceu no Programa do Jô, dançando um sexteto de sapateado enquanto ainda vestia a camisa de "Tatalo". E não parou por aí: participações no Encontro e na série Zorra mostraram que o ritmo nos pés era tão essencial quanto a fala.
Mas o ponto alto chegou em 8 de dezembro de 2019, quando o artista subiu ao palco do PopStar. O programa, produzido pela Globo, é conhecido por mesclar canto e dança ao vivo, e naquele domingo a plateia viu Sauma executar um número impressionante de sapateado enquanto cantava "Gatas Extraordinárias" de Caetano Veloso. A performance foi recebida com aplausos: "Você achou que realmente canta", riu Dussek; "Você está excelente!", acrescentou Magal.

Depoimentos e a importância do sapateado na carreira
Em entrevista ao Vídeo Show, gravada em estúdio no Rio, Sauma ressaltou: “Esse lugar é muito especial para mim. Foi o lugar em que eu realmente comecei a pensar em ser artista.” A professora Tachlitsky reforçou: “Ele permanece ligado à escola, nunca abandonou o ritmo que o formou.”
O próprio Sauma explicou que o sapateado funciona como "uma ferramenta a mais". Ele descreve a técnica como uma linguagem silenciosa que complementa a voz: "Quando eu canto, os pés continuam falando." Essa sinergia foi apontada por críticos como o motivo da sua aceitação em reality shows, onde a performance visual tem tanto peso quanto a qualidade vocal.
Impacto cultural e o futuro do sapateado brasileiro
Embora o sapateado seja frequentemente associado aos EUA, o Brasil desenvolveu seu próprio estilo, incorporando samba e bebop. Sauma, ao combinar música popular com percussão nos pés, ajuda a popularizar essa vertente nas casas de TV. A professora Tachlitsky estima que, desde 1995, cerca de 200 alunos passaram pela sua escola, e 12 deles hoje se apresentam em programas nacionais.
Especialistas em cultura urbana, como a pesquisadora da UFBA Ana Lúcia Santos, apontam que a visibilidade de artistas como Sauma pode incentivar escolas de artes a incluir o sapateado em seus currículos. "Quando o público vê um ator conhecido dançar esse estilo, abre portas para jovens talentos que antes não consideravam essa arte", comenta.
O futuro parece promissor: Sauma já anunciou que planeja abrir uma extensão da escola de Tachlitsky no centro do Rio, focada em crianças de baixa renda. "Queremos que o ritmo chegue a todos os cantos da cidade", ele garante.

Conclusão: o legado de um artista que nunca deixa de bater o pé
Trinta anos depois de pedir sua primeira aula, George Sauma ainda tem o mesmo brilho nos olhos que tinha ao escutar a primeira batida de sapateado. Seja no teatro, na sitcom ou no palco de um reality, o ritmo dos seus pés continua guiando sua carreira, provando que talento e disciplina, quando combinados, podem transformar um hobby em legado.
Perguntas Frequentes
Como o sapateado influenciou a carreira de George Sauma?
O ritmo nos pés ajudou Sauma a criar personagens marcantes, como "Tatalo" em Toma Lá Dá Cá, e a se destacar em programas de música ao vivo, como PopStar, onde a combinação de canto e dança foi decisiva para sua aprovação pelos jurados.
Quem foi a primeira professora de tap de Sauma?
Christiane Tachlitsky, uma bailarina profissional e professora de "baby tap", iniciou o treinamento de Sauma aos quatro anos, adaptando a metodologia para a faixa etária dele.
Qual foi a reação dos jurados ao número de PopStar?
Eduardo Dussek elogiou a performance dizendo que parecia que Sauma estava realmente cantando, enquanto Sidney Magal declarou que ele estava "excelente", destacando a combinação de canto e sapateado.
Qual o papel do O Tablado na formação de Sauma?
O Tablado foi o primeiro ambiente teatral onde Sauma atuou aos 13 anos, oferecendo aulas de teatro e desenvolvendo sua expressividade, o que depois se complementou com o sapateado para criar performances mais completas.
O que o futuro reserva para o sapateado no Brasil?
Com artistas como George Sauma ganhando visibilidade, espera‑se que mais escolas adotem o sapateado em seus currículos, ampliando o acesso a crianças de diversas classes sociais e solidificando o estilo como parte da identidade cultural urbana brasileira.