Caixa lança R$ 138 bi e financia 80 mil casas até 2026

Caixa lança R$ 138 bi e financia 80 mil casas até 2026
12 outubro 2025 1 Comentários carlos sette

Quando Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal revelou um plano de R$ 138 bilhões para o crédito imobiliário, o Brasil ganhou um novo impulso habitacional. A entrevista aconteceu em Brasília no dia 8 de julho de 2025, e a meta é injetar esse volume de recursos no segundo semestre daquele ano.

Contexto do mercado habitacional

Até o início de julho, a Caixa já havia contratado R$ 112 bilhões em financiamentos, segundo o próprio presidente da instituição. Em 2024, o volume total registrado foi de R$ 223,6 bilhões. O governo aponta que a renda real das famílias tem crescido, mas o acesso ao crédito ainda é limitado para a chamada classe média, que ganha entre R$ 8 mil e R$ 20 mil mensais.

Detalhes do plano de R$ 138 bilhões

No dia 9 de julho, Jader Barbalho Filho, ministro das Cidades anunciou, durante o evento Incorpora 2025São Paulo, que a Caixa financiará até 80 mil moradias até o final de 2026. A proposta inclui uma nova faixa do programa Minha Casa, Minha Vida voltada para famílias com renda entre R$ 8 mil e R$ 12 mil, com orçamento de R$ 15 bilhões. Para quem ganha entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, a ideia é ampliar o acesso ao Sistema Financeiro da Habitação (SFH) com condições mais vantajosas.

A estratégia também traz uma linha de crédito especial para reformas residenciais, permitindo prazos de até oito anos e taxas menores que as praticadas em cartões de crédito. Essa medida deve substituir financiamentos onerosos que, hoje, comprometem até 30% da renda familiar.

Reação de autoridades e do setor

Reação de autoridades e do setor

Na sexta‑feira, Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República formalizou a iniciativa, ressaltando que o programa visa “dar um salto qualitativo no acesso à moradia para a classe média, que ainda está à margem das políticas habitacionais”.

A medida contou ainda com o apoio do Banco Central do Brasil, que vai flexibilizar o compulsório da poupança. Atualmente, 20% dos depósitos de poupança ficam retidos; a nova regra liberta parte desses recursos, destinando 80% ao SFH e 20% ao Sistema Financeiro Imobiliário (SFI).

Impactos para a classe média

Especialistas apontam que a ampliação de crédito pode gerar um aumento de 15% a 20% nas contratações habitacionais em 2025, levando o total projetado a R$ 250 bilhões. Para a classe média, isso significa taxas de juros possivelmente 0,5 ponto percentual abaixo das praticadas hoje, bem como prazos que podem chegar a 35 anos em financiamentos de compra.

"É um salto importante, mas ainda precisamos observar a qualidade das obras e a sustentabilidade dos contratos", comenta Mariana Albuquerque, analista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ela acrescenta que, se bem executado, o programa pode reduzir o déficit habitacional em cerca de 120 mil unidades por ano.

Próximos passos e desafios

Próximos passos e desafios

O calendário prevê início imediato dos novos financiamentos, com simuladores online já disponíveis no site da Caixa. Para se qualificar, os interessados precisam comprovar renda, estar com o nome limpo e apresentar documentos que atestem a capacidade de pagamento.

Entretanto, há dúvidas sobre a efetiva redução do compulsório da poupança — ainda não foi definido o percentual exato a ser liberado. O debate continua nos corredores de Brasília, onde representantes do Ministério da Fazenda, da Casa Civil e da própria Caixa negociam os últimos detalhes.

  • Investimento total anunciado: R$ 138 bilhões para 2025/2026.
  • Financiamento de até 80 mil moradias até 2026.
  • Orçamento de R$ 15 bilhões para faixa de renda R$ 8 mil a R$ 12 mil.
  • Redução do compulsório da poupança (percentual ainda a definir).
  • Meta de R$ 250 bilhões em contratos habitacionais até fim de 2025.

Perguntas Frequentes

Como o novo plano afeta as famílias de classe média?

A medida abre linhas de crédito com juros até 0,5 ponto percentual menores e prazos que podem chegar a 35 anos, facilitando a compra ou reforma de imóveis para quem ganha entre R$ 8 mil e R$ 20 mil mensais.

Qual o papel do Banco Central nessa iniciativa?

O Banco Central vai reduzir o compulsório da poupança, liberando parte dos recursos que antes ficavam retidos e destinando‑os ao financiamento habitacional, com 80% para o SFH e 20% para o SFI.

Quantas casas serão financiadas até 2026?

O governo estabeleceu a meta de financiar até 80 mil unidades habitacionais até o final de 2026, além do aumento esperado de contratos que deve chegar a R$ 250 bilhões em 2025.

Quais são os requisitos para obter o novo financiamento?

Os candidatos precisam comprovar renda compatível com o valor do imóvel, estar com o nome limpo e apresentar documentação que ateste a capacidade de pagamento. Simuladores online da Caixa ajudam a avaliar a viabilidade.

Quando a redução do compulsório será efetiva?

Ainda não há data precisa; o detalhamento está em negociação entre o Ministério da Fazenda, a Casa Civil e o Banco Central, mas a expectativa é que a mudança ocorra ainda no primeiro semestre de 2026.

1 Comentários

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    Jaqueline Dias

    outubro 12, 2025 AT 03:47

    O plano da Caixa tenta ser inovador, mas ainda demonstra uma visão miúda dos verdadeiros entraves do mercado habitacional. Para quem realmente entende de finanças, a proposta parece mais um espetáculo do que uma solução sustentável. É preciso alinhar política pública com critérios de eficiência e responsabilidade.

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