Bradesco Reafirma Confiança no Mercado Brasileiro: CEO Marcelo Noronha Destaca Robustez em Meio a Preocupações Fiscais

O Contexto Econômico Atual e a Visão de Marcelo Noronha

No cenário econômico atual, muitas incertezas pairam sobre o mercado brasileiro, principalmente no que diz respeito à estabilidade fiscal. No entanto, para o Bradesco, um dos maiores bancos do país, essas preocupações são tratadas sob uma ótica mais otimista. Em uma recente teleconferência destinada a jornalistas, o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, abordou essas incertezas destacando elementos que, de acordo com ele, proporcionam segurança para o banco. Noronha iniciou sua fala destacando o sólido desempenho do terceiro trimestre, que contraria as expectativas de um cenário macroeconômico desfavorável, algo que muitos operadores do mercado vinham prevendo.

Durante essa conferência, Noronha demonstrou um olhar atento aos dados concretos que fortalecem a posição do Bradesco. Ele afirmou que a baixa taxa de desemprego e a inflação sob controle são fatores determinantes para manter um ambiente de crédito estável. Esses dados, segundo ele, diminuem a necessidade de trabalhar com especulações sobre um possível agravamento do ambiente econômico do país.

Resultados Positivos de Bradesco e Expectativas Fiscais

Os resultados apresentados pelo Bradesco para o terceiro trimestre são notáveis. O banco reportou um aumento anual de 13,10% no lucro líquido, atingindo R$ 5,225 bilhões. Além disso, o retorno sobre o patrimônio (ROE) chegou a 12,40%, marcando um incremento anual de 1,1%. O crescimento da carteira de crédito foi de 7,60%, totalizando R$ 943,9 bilhões. Números assim não apenas excedem as expectativas como também fortalecem a confiança interna entre os investidores e parceiros do banco.

Noronha ressaltou ainda que as preocupações fiscais, embora legítimas, podem ser mitigadas. Mesmo que o índice de risco país possa aumentar de 79 para 82 pontos até 2025, o CEO confia que o plano do ministro da Fazenda em incluir mais despesas no arcabouço fiscal para atender as metas possa, ao menos, em parte, reverter essa visão pessimista. Esse movimento é visto como essencial para uma perspectiva fiscal mais estável.

Expansão Segura do Crédito e Qualidade do Portfólio

Outro ponto destacado pelo CEO foi a qualidade da expansão do crédito. Ele destacou que 75% da carteira de créditos do Bradesco agora é composta por clientes avaliados como AA e B, contrastando com os 50% registrados em 2019. A ênfase na qualidade da clientela tem sido uma pedra angular na estratégia de crescimento do banco, e isso se reflete nos índices de inadimplência mais baixos do que o previsto, com provisões para dívidas duvidosas (PDD) totalizando R$ 22,2 bilhões nos primeiros nove meses, abaixo da faixa projetada de R$ 35 bilhões a R$ 39 bilhões.

A adesão às práticas de retorno ajustado ao risco (RAR) garante que a expansão do crédito continue segura, e tal abordagem tem sido vital para manter a confiança dos acionistas e investidores. Isso significa que cada oferta de crédito é ponderada com o risco potencial, garantindo um equilíbrio entre crescimento e segurança.

Impactos do Mercado de Trabalho e Estratégias Futuros

Um dado que não deve ser subestimado é a taxa de desemprego, que para o terceiro trimestre foi fixada em 6,4%. A manutenção de um cenário de emprego estável é fundamental, pois apoia a estratégia de crédito do banco. Esse dado também reflete em uma confiança do consumidor, que é essencial para o dinamismo do mercado financeiro.

Ao projetar o futuro, Marcelo Noronha reafirma seu compromisso com uma abordagem baseada em dados e estratégias sólidas, ao invés de se guiar por temores não fundamentados. Esta mentalidade proativa e realista contrasta com abordagens mais alarmistas que podem causar uma apreensão desnecessária no mercado. É essa confiança estratégica que o Bradesco espera que tanto seus clientes quanto o mercado compartilhem, à medida que o Brasil navega suas águas econômicas desafiadoras.