Justiça do Rio manda prender Oruam após confronto com polícia e suspeita de ligação com Comando Vermelho

Confronto no Joá coloca Oruam no centro de investigação policial
O rapper Oruam, aos 23 anos, virou o personagem principal de uma história tensa no Rio de Janeiro. Ele anunciou que vai se entregar à polícia carioca após a Justiça aceitar um pedido de prisão preventiva. A medida aconteceu depois de um episódio caótico em frente à casa dele, no bairro Joá, na zona oeste do Rio, que deixou a cidade em estado de alerta e mobilizou um batalhão de comentários nas redes sociais.
Na noite de 21 de julho, uma operação policial tentou prender um adolescente suspeito de roubos de carros, apontado como guarda-costas de Edgar Alves de Andrade, o 'Doca', figura conhecida do Comando Vermelho. Segundo relatos da polícia, o cenário fugiu do controle: cerca de oito pessoas, entre elas Oruam, teriam partido para o ataque jogando pedras em viaturas descaracterizadas e hostilizando abertamente os agentes. O rapper foi flagrado em vídeo discutindo e insultando o delegado Moysés Santana, escalando ainda mais o clima quente do momento.

Acusações graves e laços familiares com o Comando Vermelho
As consequências vieram rápido. Oruam agora enfrenta acusações pesadas: tráfico de drogas, associação criminosa, resistência à prisão, desacato, dano ao patrimônio, ameaça e lesão corporal. Os investigadores dizem ter reunido evidências que apontam uma ligação direta dele com atividades do Comando Vermelho, uma das maiores facções do tráfico no Brasil.
A biografia de Oruam adiciona mais camadas à história. Filho de Marcinho VP, líder do Comando Vermelho que está preso desde 1996, ele nunca escondeu suas origens e frequentemente aborda em suas músicas o drama da família. Isso pesa sobre a imagem do artista, ainda mais agora em meio a uma apuração que coloca seus vínculos em xeque.
Oruam decidiu falar na internet: gravou um vídeo dizendo que não tem envolvimento com crimes e que vai comprovar sua inocência na Justiça, além de seguir se expressando por meio do rap. Segundo a polícia, a prisão preventiva é uma maneira de garantir a investigação e evitar fuga ou possíveis interferências nas provas. Mesmo sendo um dos nomes mais ouvidos do rap carioca, Oruam agora enfrenta seu maior desafio fora dos palcos.
A mobilização em torno do caso mostra como figuras da música urbana estão cada vez mais na mira da Justiça, principalmente quando há sombra de ligação com o crime organizado. A defesa do rapper já articula sua apresentação voluntária, enquanto fãs aguardam os próximos capítulos desse embate entre arte, justiça e as duras realidades do Rio.